HISTÃRIA DO CAPITALISMO
O capitalismo tem seu inicio na Europa. Suas caracterÃsticas aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e polÃtica dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grava crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comercio reativado pelas Cruzadas (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, consequentemente, as relações de produção capitalista se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e polÃtico através do mercantilismo e do absolutismo.
Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais (ouro e prata) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favoreceu a burguesia – classe que detém os meios de produção – que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, com a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo.
A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acumulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e polÃtico. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capitalismo se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), precursor do liberalismo econômico, publica “Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações”, em que defende a livre-iniciativa e a não-interferencia do Estado na Economia.
O CAPITALISMO
Em seu sentido mais restrito, o capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros (dinheiro) e materiais (prédios, máquinas, ferramentas) que têm sua origem e destinação na produção econômica. Essa definição, apesar de excessivamente técnica, é um dos poucos pontos de consenso entre os inúmeros intelectuais que refletiram sobre esse fenômeno ao longo dos últimos 150 anos. São duas as principais correntes de interpretação do capitalismo, divergindo substancialmente quanto a suas origens e conseqüências para a sociedade. A primeira foi elaborada por Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por condições históricas e econômicas. O capitalismo para Marx é um determinado modo de produção cujos meios estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da sociedade. Segundo Marx os modos de produção estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da sociedade.A propriedade privada,divisão social do trabalho e troca são caracterÃsticas fundamentais da sociedade produtora de mercadorias. E à produção de mercadorias dedicam-se os produtores independentes privados que possuem a sua força de trabalho, os seus meios de produção e os produtores independentes privados que possuem a sua força de trabalho, os seus meios de produção e os produtos resultantes do seu trabalho.
A divisão social do trabalho é outra condição prévia caracterÃstica de uma sociedade capitalista. Como nessa sociedade o individuo não tem todas as profissões necessárias para satisfazer as suas múltiplas necessidades ( de alimentação, de vestuário, de habitação, de meios de produção etc.), uma vez que ele possui apenas uma profissão,só consegue subsistir se puder simultaneamente adquirir os produtos do trabalho de outrem. Como nessa sociedade cada pessoa tem uma profissão particular, todos dependem uns dos outros, e isto decorre da divisão do trabalho no seio da produção mercantil.
Os produtos dos diferentes trabalhos privados têm de ser, na sociedade capitalista, trocados. A troca é condição necessária para a subsistência de todos na sociedade, e esse produto a ser trocado, resultado do trabalho, denomina-se mercadoria. Assim, um produto do trabalho só se torna mercadoria num quadro de condições sociais em que imperem a propriedade privada, a divisão social do trabalho e a troca, não podendo ser considerado como tal caso não se verifique essas três condições.
Consequentemente pode-se afirmar que as mercadorias diferenciam-se umas das outras pelo seu valor de uso, uma vez que a cada necessidade especÃfica corresponde uma mercadoria com caracterÃsticas especificas. Por sua vez o valor de troca poderia ser caracterizado como sendo a relação ou a proporção na troca de um certo numero de valores de uso de uma espécie contra um certo numero de valores de uso de outra espécie.Mas segundo Lênin,” a experiência quotidiana mostra-nos que, através de milhares de milhões de troca desse tipo, se comparam incessantemente os valores de uso mais diversos e mais dÃspares.
Se eu trocar, por exemplo, duas blusas por um par de sapatos, porque sou alfaiate e só produzo roupas, mas preciso de sapatos para proteger meus pés, estarei equiparando o produto do meu trabalho como alfaiate, isto é, duas blusas ao par de sapatos que desejo comprar.
Quando duas coisas são equivalentes e equiparáveis, tais coisas são iguais. Todavia, verifica-se que as mercadorias permutadas têm diferença entre si, não são iguais. Que há em comum entre coisas diferentes, que são tornadas constantemente equivalentes num determinado sistema de relação social?
O que elas têm em comum é o fato de serem produtos do trabalho. Enquanto valores de uso, as mercadorias são produtos de um trabalho pratico especifico: as blusas são trabalhos do alfaiate, um par de sapatos é produto do trabalho do sapateiro etc. Da mesma forma que os valores de uso dos produtos especÃficos são diferentes, as diferentes espécies de trabalho necessárias à sua produção também não são iguais. Não obstante, todas as mercadorias são produtos do trabalho humano geral, relativamente ao qual são todas iguais.
A grandeza do valor é determinada pela quantidade de trabalho socialmente necessária ou pelo tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de determinada mercadoria, de determinado valor de uso.
Assim, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho necessário à sua produção. Entretanto, isso não quer dizer que o produto de um trabalhador mais lento ou preguiçoso valha mais do que o produto de um trabalhador mais rápido. Isto porque não se pode tomar como padrão para a produção de valor a produtividade individual de um único produtor tomado isoladamente. Trata-se aqui de um trabalho médio, chamado socialmente necessário. Resulta que o valor da mercadoria é determinado pelo tempo socialmente necessário para sua produção; é este o padrão que determina a quantidade de valor das mercadorias.
Após estudar a natureza dupla da mercadoria – os seus valores de uso e de troca – e verificar que a quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de determinada mercadoria, Marx entrega-se à tarefa de investigar a origem da forma dinheiro do valor, estudando o processo histórico do desenvolvimento da troca. Começa pelos atos de troca particulares e fortuitos (“forma simples, particular ou acidental do valor” uma quantidade determinada de uma mercadoria é trocada por uma quantidade determinada de outra mercadoria), para passar à forma geral do valor, quanto várias mercadorias diferentes são trocadas por uma só mercadoria determinada, finalizando pela forma de dinheiro do valor, em que o ouro aparece como essa mercadoria determinada, como o equivalente geral.
“Assim, o dinheiro é o intermediário da troca de mercadorias, servindo como meio de circulação, que segundo Marx em sua obra O Capital:” o dinheiro que circula transforma-se assim em capital. Assim , antes de prosseguirmos, torna-se necessária a analise das diferenças existentes entre as caracterÃsticas que lhes são comuns.
Pode-se afirmar que é comum à s duas circulações o fato de consistirem numa compra e numa venda e de alem disso, na permuta M_D e D_M, os valores trocados serem iguais. A circulação D_M_D começa e termina pelo dinheiro, o próprio valor de troca. Contudo, como aqui só o dinheiro interessa, esse tipo de troca só fará sentido se o possuidor de dinheiro receber no fim mais dinheiro do que aquele com que entrou inicialmente.Em conseqüência, a circulação D_M_D é um movimento com base no dinheiro _ e significa não D_M_D, mas D_M_D , querendo-se com D exprimir a quantidade4 final de dinheiro.E esta quantidade de dinheiro devera ser maior do que a quantidade de dinheiro inicial (D).”à a este acréscimo do valor primitivo do dinheiro posto em circulação que Marx chama mais-valia “, conforme escreve Lênin. Só por este processo de expansão do valor, de valorização, o dinheiro se transforma realmente em capital.
Mas a soma de dinheiro tem que ser maior no fim do processo do que no principio e, consequentemente, o processo de expansão do capital não conhece limites.
Segundo Marx, a mais-valia não pode provir da circulação das mercadorias, porque esta só conhece a troca de equivalentes.
Para se obter a mais-valia, de acordo com Marx, “seria preciso que o possuidor do dinheiro descobrisse no mercado uma mercadoria cujo valor de uso fosse dotado da propriedade singular de ser fonte de valor”, uma mercadoria cujo processo de consumo fosse, ao mesmo tempo, um processo de criação de valor; criação de mais-valia. E essa mercadoria existe: é à força de trabalho humana. O seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor.
O aumento da